Customização permite adaptar imóvel ao perfil do comprador

Não é mais preciso comprar um apartamento em construção, esperar ele ser terminado e só depois adaptá-lo à vontade do cliente. As construtoras agora oferecem, em alguns empreendimentos, a possibilidade do comprador definir na planta como será o imóvel, que cômodos ele terá, onde serão as paredes e outros detalhes. A questão se torna outra: como escolher o melhor desenho para cada indivíduo?

“Conforme a geração vai mudando, o perfil vai mudando, e as pessoas querem evitar bloqueios com paredes e facilitar a integração, pois a decoração agora também é para ser vista”. Com essa frase, a arquiteta e designer Maraí Valente justifica as escolhas associadas a solteiros e casais sem filhos. Esse público gosta de juntar diversos ambientes. Os homens solteiros, segundo ela, têm uma postura ainda mais radical: “Normalmente, querem tudo aberto, querem estar onipresentes, tanto que, às vezes, até o banheiro tem só uma divisória de vidro”.

Casais sem filhos, por sua vez, tendem a fazer um quarto grande e outro cômodo fechado, que pode ser um escritório ou um closet. Salas e cozinhas, no entanto, são integradas, transformando esse último ambiente também em um espaço social. A arquiteta Francine Sakata, do NK&F Arquitetos, ressalta que essa opção pode ser ruim quando há uma empregada que use constantemente a cozinha, o que tira a liberdade dos moradores. Ela recomenda também cuidado na hora de sair integrando ambientes, pois o comprador pode ter surpresas desagradáveis com barulhos de diferentes lugares. “Ninguém quer ouvir a máquina de lavar roupa do quarto”.

Casais com filho, por sua vez, fazem escolhas diferentes. “Eles gostam de ter sala de jantar e, se possível, suítes para eles e para as crianças”, explica Maraí Valente. Ela diz, ainda, que é indispensável um quarto extra quando houver uma empregada ou babá que durma na residência. Caso contrário, basta um banheiro a mais. Os filhos, conclui a arquiteta, acabam fazendo com que se priorize mais a funcionalidade do que a beleza do apartamento. Seguindo a mesma linha, Francine Sakata diz que a divisão em partes é boa para famílias grandes, pois cada pessoa tem necessidades diferentes.

Quando o apartamento tem paredes, é simples adaptá-lo a quem deseje mais amplitude: basta quebrar. Mas, e quando o imóvel foi construído já com os cômodos integrados? Nesses casos, também é fácil mudar o perfil da residência. Francine Sakata diz que divisórias de alvenaria ou gesso são erguidas. Já Maraí Valente conta que é possível usar armários dos dois lados como estratégia para dividir os ambientes. Além disso, os painéis móveis são uma maneira de ter em mãos a possibilidade de mudar imediatamente a integração entre os cômodos.

Independentemente da escolha, o importante, no final, é que a customização deixe o apartamento do gosto do principal interessado: o morador.

Fonte: PRIMAPAGINA, especial para o Terra


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