Casa é construída sem derrubar nenhuma árvore do terreno

Em geral, a primeira coisa que se faz ao começar a construir uma casa é adaptar as condições naturais do terreno às exigências do projeto. Árvores são cortadas, o solo é perfurado para a instalação dos alicerces e assim por diante. Uma arquiteta e um engenheiro gaúchos, no entanto, resolveram fazer o contrário: construíram uma casa de dois andares em Porto Alegre totalmente adaptada às condições naturais do terreno. A estratégia adotada pela dupla fez com que a vegetação e o solo da área de 570 m² permanecessem intactos. “Nenhuma árvore foi removida”, afirma a arquiteta Carina Tumelero, que trabalhou em parceria com o engenheiro Osmar Tumelero para elaborar o projeto assinado pelo escritório Base 2 Arquitetura.

Assim, em vez de aterrar o solo, os dois projetaram a casa para que ela ficasse apoiada sobre a superfície irregular do terreno. Além disso, o lote fica em uma região bastante arborizada da cidade e, por isso, as árvores que já existiam no local foram incorporadas ao desenho do imóvel, e surgem embutidas nos decks da varanda ou atravessando o pergolado.

O resultado é um projeto que se molda às condições naturais do entorno. “Planejei a casa de forma que os empecilhos criados pelo terreno, como umidade e desnível, se tornassem pontos de valorização para o projeto”, conta Carina. Foi o que ela fez, por exemplo, para adaptar a casa à irregularidade do solo. Como o terreno tem um desnível de cerca de 3m, parte do piso fica suspenso. A construção toca no solo em uma das laterais e luminárias na parte de baixo valorizam o trecho que não encosta no chão, explica Carina.

O mesmo princípio foi aplicado para garantir a ventilação e a iluminação no interior do imóvel. Grandes esquadrias foram instaladas na parte da frente e nos fundos, uma alinhada com a outra, para permitir a circulação de vento dentro da casa. Além disso, janelas foram espalhadas por toda a extensão das paredes para facilitar a entrada de luz solar. A residência tem ainda estruturas que permitem a entrada de luz natural pelo teto, nas passarelas de acesso aos dormitórios. Elas também possuem iluminação artificial, que pode ser acionada à noite.

Por fim, a estrutura de sustentação da varanda do quarto do casal é outro exemplo de como os espaços naturais foram preservados. Em vez de usar pilares, que prejudicariam a circulação no andar térreo, a arquiteta e o engenheiro optaram por vigas suspensas que se apoiam no muro do terreno. A área construída é de 170m² e a casa tem dois quartos. Na área social, todos os espaços são integrados. Os únicos cômodos isolados são o banheiro e a área de serviço.

Fonte: Terra


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