É DE PEQUENO QUE SE APRENDE:

O PASSO A PASSO PARA ENSINAR EDUCAÇÃO FINANCEIRA ÀS CRIANÇAS

(PARTE 2)

Agora que você já entendeu a importância da educação financeira infantil, conheça as melhores ações para garantir que seu filho tenha uma boa relação com o dinheiro.

1. MOSTRE AS PRIORIDADES

Esse passo não é tão recomendado com crianças muito pequenas, pois pode parecer cansativo para elas. Porém, os mais crescidos já podem entender que comprar um brinquedo ou uma viagem não é tão importante como comprar alimentos e produtos de higiene. Nesse sentido, comece explicando que existem prioridades a serem seguidas, como garantir os produtos que realmente precisam para manter o bem-estar.

Depois que esses itens estão garantidos, pode acontecer de comprar os produtos que ela ou outra pessoa quer para satisfação pessoal.

2. VEJA COMO E QUANDO FALAR DE DINHEIRO COM AS CRIANÇAS

Algumas pessoas hesitam em falar sobre dinheiro com os filhos por não se sentirem confiantes ao lidar com as próprias finanças. No entanto, você não precisa ser um expert financeiro, nem um modelo de sucesso para ensinar os procedimentos básicos às crianças.

Caso a sua situação financeira não esteja indo muito bem, tome medidas para se organizar e seja um bom modelo a ser seguido. Afinal, é pelo exemplo dos pais que os filhos aprendem. Inclusive, algumas mudanças de hábito ajudam muito no equilíbrio do orçamento.

Por volta dos 3 anos de idade, a criança já entende que o dinheiro é necessário para adquirir coisas, pois vai observar que você paga ao vendedor e recebe um produto em troca. No entanto, não existe uma idade específica para iniciar a educação financeira infantil, dessa forma, é bom prestar atenção aos interesses da criança.

Quando o próprio filho começa a pedir para comprar coisas, é importante que ele comece a aprender algumas noções básicas sobre o valor do dinheiro, sempre de maneira leve e amigável. A educação financeira infantil deve ser conduzida com naturalidade e não como uma imposição dos pais sobre as crianças.

3. ENSINE NA PRÁTICA COM A MESADA OU SEMANADA

Oferecer uma pequena quantia mensal ou semanal para as crianças, a partir de 6 ou 7 anos, é uma ótima forma de ensinar a lidar com o dinheiro. Portanto, para isso, é bom observar algumas recomendações:

  • explique à criança como as moedas e notas são divididas em diferentes valores — dê exemplos concretos do que pode ser comprado com cada quantia;
  • deixe claro quais despesas continuam a ser pagas por você e quais serão pelo dinheiro da criança;
  • não ofereça valores muito altos: contar um real para cada ano de vida da criança é uma boa referência — uma criança de 8 anos pode receber 8 reais por semana e assim por diante;
  • caso a criança gaste tudo de uma vez só, aproveite para iniciar a cultura sobre poupança e planejamento;
  • ensine finanças e matemática ao mesmo tempo — incentive a criança a anotar os gastos e a fazer contas para saber de quanto ainda dispõe “em caixa”.

4. FAÇA BRINCADEIRAS E JOGOS SOBRE FINANÇAS

Para as crianças, aprender brincando é sempre mais divertido, por isso os brinquedos, jogos e livros coloridos são bons aliados aos pais na missão de ensinar a lidar com o dinheiro. Até algumas histórias infantis, como “A cigarra e a formiga” e “A galinha dos ovos de ouro” podem ser úteis para introduzir conceitos financeiros importantes para as crianças.

É possível encontrar brinquedos simples, como a caixa registradora, que reproduz uma situação de compra e venda em uma loja, por exemplo. Aliás, aqui cabe uma observação, pois alguns pais resistem em levar os filhos ao supermercado para evitar que peçam para comprar supérfluos. Contudo, perdem uma excelente oportunidade de mostrar, na prática, como funciona o dinheiro.

Para os maiores de 8 anos, existem os jogos, como o tradicional Banco Imobiliário, que simula situações de compra e venda de terrenos, casas e empresas. A versão mais moderna do jogo inclui a maquininha de passar cartão de crédito.

Na mesma linha do clássico Banco Imobiliário, existem outras boas opções de jogos, como o Jogo da Mesada, que traz situações do cotidiano da criança, como a compra de um álbum de figurinhas ou de uma bicicleta nova. Além disso, o jogo incentiva o ganho de dinheiro com atividades extras e ensina a fazer empréstimos e a pagar juros.

Os jogos Monopoly são oferecidos em várias versões, como o Monopoly Junior, o Monopoly Milionário e outros. Existe, também, uma versão digital para jogar online.

Se o objetivo é ensinar coisas um pouco mais densas para adolescentes, o jogo Power Grid vai mais além e ensina conceitos básicos de oferta e demanda, suprimentos e gestão financeira geral. Vale a pena conferir.

5. CONVERSE SOBRE TRABALHO E REMUNERAÇÃO

Por fim, os filhos adoram conhecer os pais, principalmente a profissão deles. Assim que possível, deixe-os fazer visitas ao seu trabalho e aproveite para ensinar como funciona a dinâmica de trabalhar e receber um salário. Além disso, explique como essa remuneração é utilizada durante o mês e ao longo do ano.

RAZÕES PARA IMPLEMENTAR A EDUCAÇÃO FINANCEIRA INFANTIL

Vamos conferir, agora, alguns dos principais motivos que tornam tão relevante a implementação da educação financeira infantil. Afinal de contas, essa é uma ação que acaba impactando diretamente na maturidade que a criançada vai adquirir no decorrer da sua vida para que possa lidar com esse assunto de maneira equilibrada, sempre tendo controle do dinheiro e evitando dívidas quando chegar na fase adulta.

1. Reconhecimento do valor do dinheiro

Quando não se fala sobre esse assunto com as crianças, elas crescem sem ter um posicionamento ou opinião. Mas é importante ter em mente que elas terão contato com esse assunto de alguma maneira, seja nos livros, nas séries, nas músicas, enfim, no dia a dia. O fato é que normalmente o que acorre é um estímulo ao consumo.

Assim, as crianças vão crescendo e já começam a pedir objetos, como brinquedos, sem ter uma noção de todos os elementos que acabam impactando o orçamento familiar. Lembrando que elas não foram orientadas em nenhum momento sobre tudo isso. Logo, elas não têm culpa.

É exatamente por esse motivo que a educação financeira se faz tão necessária, uma vez que ela evita um problema como esse. Educar em relação ao dinheiro faz com que as crianças tenham discernimento sobre conceitos, como trabalho, renda, dinheiro, economia, contas a pagar etc. Elas passam a reconhecer o valor de cada centavo e a formar suas opiniões.

2. Entendimento sobre o que é necessário e o que é desperdício

Além de reconhecer o valor do dinheiro, a educação financeira infantil mostra que nem tudo que um salário pode comprar é realmente algo que compensa. Os pequenos começam a identificar duas categorias de serviços e de produtos:

  • necessário — aquilo que é importante ou até mesmo urgente, uma vez que é útil ou que vai trazer alguma vantagem;
  • desperdício — normalmente é aquilo que representa perda de dinheiro, que não é útil e que não apresenta benefícios.

3. Aprendizado sobre objetivos e metas financeiras

Outra razão que precisamos destacar aqui é que a criançada passa a compreender que não ter uma quantia no momento não impede que elas realizem desejos e sonhos. É para isso que as metas e objetivos financeiros existem.

As crianças começam a entender que é preciso poupar recursos, gastar de maneira controlada e bem planejada, pensar em maneiras de economizar no dia a dia, não fazer dívidas etc. Ou seja, com a educação financeira, elas entendem que é possível conquistar muitas coisas com planejamento financeiro.

4. Reflexão sobre a importância de economizar e de investir

A educação financeira infantil permite que as crianças comecem a pensar sobre como é importante poupar e investir o dinheiro para garantir uma qualidade de vida desejada no futuro. Portanto, elas entendem que a liberdade financeira pode, sim, ser conquistada quando se entende o padrão de vida atual e começa a controlar os gastos para sobrar dinheiro e poder investir.

E é isso! A educação financeira infantil pode incluir as primeiras noções de consumo consciente. As crianças aprendem a administrar o dinheiro e a valorizar as coisas compradas por conta própria. Além de consumir somente o necessário, poupando os recursos próprios e evitando os desperdícios.

O que precisa ficar na mente, é que promover a educação financeira para os pequenos vai muito além do que simplesmente falar sobre como poupar ou gastar o dinheiro que se tem. É ajudar a criançada a entender melhor a função do dinheiro, como essa moeda circula e como construir uma relação saudável com ela.

Assim, as crianças passam a desenvolver mais discernimento sobre a realidade, aprendem a entender e controlar seus impulsos, a ter mais responsabilidades e, claro, começam a se preparar para, no futuro, terem equilíbrio entre saúde financeira e qualidade de vida.

E aí, você gostou de saber como é possível abordar o assunto com leveza para garantir mais segurança e sucesso na vida financeira do seu filho?

Fonte: Racon

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