O filho de uma cliente passava muito tempo dormindo no quarto. Ao conhecer o cômodo, a arquiteta Maria Helena Torres detectou o problema: o ambiente era todo azul, cor que costuma ser associada ao bem-estar e à tranquilidade, como comenta a designer de cores da Suvinil Ana Kreutzer. O uso em excesso, no entanto, acalmava demais o garoto. A solução de Maria Helena foi colocar algum colorido no ambiente.

Ainda assim, exagerar no azul serve muito bem para certas situações. “Ajuda a esfriar o ambiente em lugares quentes, como o Rio de Janeiro, e em outras cidades de praia”, conta a designer de interiores Neza Cesar. Foi por isso que ela não hesitou ao pintar de azul várias paredes de um apartamento no Leblon. Para criar um contraste interessante, escolheu sofás em cores fortes. “Os tons frios e quentes criam um equilíbrio interessante, que funciona até mesmo em paredes diferentes”.

Esse tom fica muito bem com outros mais escuros, como o preto. “Dá um ar moderno”, afirma Neza. Ana indica outras possibilidades de mistura. “Azuis médios se equilibram com beges e verdes queimados; os limpos, com amarelos-claros, verdes-amarelados e azuis intensos”. Foi a esta última combinação que Neza recorreu em um de seus projetos: um móvel projetado por ela, em tom claro, que fica sobre um tapete azul-marinho bem escuro.

“O que vai definir a harmonia é o bom senso quanto à iluminação, proporção e combinação com outros objetos de decoração”, avalia Ana. De qualquer modo, como resume Neza, não existe azul que não fique bem.

Fonte: PRIMAPAGINA, especial para o Terra